quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Os Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, marcam a chegada formal da Guerra Fria ao esporte. Foi nesta edição que a União Soviética enviou pela primei

Os Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, marcam a chegada formal da Guerra Fria ao esporte. Foi nesta edição que a União Soviética enviou pela primeira vez uma delegação para uma Olimpíada, começando uma rivalidade esportiva com os Estados Unidos que duraria até o fim dos anos 80.

A pequena cidade finlandesa, que não tinha mais de 400 mil habitantes na época, recebeu 4.955 atletas - foram 519 mulheres e 4.436 homens. Os Jogos tiveram delegações de 69 países, incluindo alguns estreantes, como a própria União Soviética e Israel, além da dividida Alemanha, que, desta vez, só foi representada pelo lado ocidental.

Mas, como era característico numa época em que a tensão política dominava o mundo, a União Soviética se recusou a deixar seus atletas hospedados junto com os rivais da Guerra Fria. Assim, enquanto a grande maioria dos países ficou na Vila Olímpica, a delegação soviética e de seus países aliados foi alojada numa outra área de Helsinque.

Na estréia olímpica, a União Soviética já mostrou seu poderio, conquistando 71 medalhas e ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que terminaram com 76 pódios. Enquanto isso, o Brasil saiu da Olimpíada de Helsinque com três medalhas - uma de ouro e duas de bronze.

O destaque da delegação brasileira, que teve 108 atletas (103 homens e cinco mulheres), foi Adhemar Ferreira da Silva, que conquistou a medalha de ouro no salto triplo, numa competição em que ele quebrou quatro vezes o próprio recorde mundial. Os outros pódios do Brasil vieram com José Telles da Conceição (salto em altura) e Tetsuo Okamoto (1.500 metros nado livre) - ambos foram bronze.

O maior feito esportivo dos Jogos de 1952, no entanto, foram do checo Emil Zatopek, que ficou conhecido com a "Locomotiva Humana". Ele já havia conquistado uma medalha de ouro (10 mil metros) e outra de prata (5 mil metros) na Olimpíada de Londres, quatro anos antes, mas brilhou mesmo em Helsinque. Numa performance nunca repetida por outro atleta, foi campeão olímpico das provas dos 5 mil metros, dos 10 mil metros e da maratona, tudo no período de uma semana.

O mais impressionante do feito de Emil Zatopek, além dos requisitos necessários para disputar provas tão diferentes, foi que ele nunca tinha disputado uma maratona até aquela oportunidade. Para completar a alegria do herói checo, a sua esposa, Dana Zatopkova, ainda levou a medalha de ouro na prova de lançamento de dardo dos Jogos.

Helsinque também viu uma linda história de superação no esporte. Mesmo tendo paralisia do joelho para baixo nas duas pernas, por conta da poliomielite, a amazona dinamarquesa Lis Hartel competiu na prova de adestramento e conquistou a prata. O detalhe é que, em função do problema físico, ela precisava de ajuda para subir e descer do cavalo.

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